sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Ramadão é como o Natal

Sinta-se próximo do divino e ganhe um Pajero
Gostaria de vos arranjar uma ligação histórica e/ou teológica sobre os estes dois eventos de duas religiões. Se há, não é dela que vos vou falar. O Natal não é celebrado por cá, pelo menos da mesma maneira, embora o Islão reconheça Jesus (e também Moisés) como profetas. Essa relação inter-religiosa dará para outro post ou para várias teses de doutoramento.
Durante o mês do Ramadão, os cinco pilares do Islão são relembrados em toda a sua pujança. Eles são, muito resumidamente: A fé, a reza, o jejum (durante o Ramadão), caridade e a peregrinação (a Meca claro). Apesar de não estarem inscritos no Corão, estão num dos escritos sobre a vida do profeta e são aceites pela maioria das vertentes do Islão. Pilares significa que são as bases para qualquer crente. Como um cristão rezar, celebrar o Natal, Páscoa e todos os rituais associados.
Na prática isso significa que durante este mês cerca de um bilião de pessoas não come entre o nascer e o pôr do Sol (acho que há horários especiais para a Escandinávia), faz várias rezas e come várias vezes durante a noite, restringe as suas atividades lúdicas e faz oferendas para a caridade. Quem tem possibilidades escolhe o Ramadão ou as semanas logo a seguir para o Hajj, a peregrinação a Meca. Os resultados esperados passam por uma ligação mais próximas com o divino, ajudar os carenciados e celebrar a sua religião. Começam a ver as relações com o Natal? Há peditórios e campanhas de recolha de comida e roupa por todo o lado. As parecenças continuam a um nível mais terreno. Todos os supermercados e lojas têm promoções, há várias comidas, em particular os doces, especiais para esta altura do ano e os locais - apesar do jejum diário - têm um regime hipercalórico. Nós enfardamos durante um mês durante o dia, eles durante a noite. É também uma época para visitar a família e estar com os mais próximos. Igualmente semelhante ao nosso Natal são as viagens pelo país e a sinistralidade rodoviária... E não há cá operação Natal Seguro, é só mesmo guiarem ensonados, esfomeados, sem cinto de segurança, a falar ao telemóvel e claro, com a família ao monte no banco de trás. Parece a preparação de uma música de Graciano Saga. Inshallah não vai acontecer nada.

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