domingo, 27 de janeiro de 2013

JC e Omã



Mega queimador de olíbano em Riyam
Todos temos presente que os Reis Magos eram três. E normalmente com uma gradação de cores, desde o europeu, um com ar de médio oriente e outro africano. Parece que essa divisão étnica politicamente correta, é algo recente. O único relato que há é do evangelho de Mateus que refere figuras ilustres que terão vindo de Leste. Interpreta-se que eram três por causa dos três presentes, mas é incerto e outras tradições cristãs falam em doze. E que seriam reis porque algures no mesmo evangelho se diz que reis se curvaram perante JC, mas não necessariamente referindo as mesmas pessoas. Mesmo a veracidade do relato é duvidosa visto que há na tradição persa referências às mesmas ofertas entregues por ou a sábios e reis, que poderão ter influenciado o relato.
Sobre os presentes também há coisas curiosas. A primeira é que em inglês se diz gold, frankincense and myrrh, o que se traduz em Português para ouro, olíbano e mirra… Olíbano (já vi também franquincenso) é uma resina que se obtém de árvores arbustivas que crescem no Nordeste de África e no Sul da Península Arábica, de forma muito semelhante à mirra. Os dois são usados para fazer incenso (que é uma mescla de ervas e óleos), mas não são sinónimos.
É aqui que entra Omã, porque um dos seus produtos mais famosos é precisamente este olíbano e com menor importância a mirra. O cheiro é omnipresente por aqui, quer a ser queimado em pequenas taças quer em perfumes. Eu que não sou grande fã de perfumes e enjoo com o incenso devo dizer que é um cheiro bem agradável. As árvores que o produzem (ou algo muito semelhante) também são omnipresentes por tudo quanto é descampado – o que significa quase todo o território do país fora os vales e zonas urbanizadas.
Acreditando na estória dos três reis magos, os que trouxeram mirra e olíbano – supostamente Baltazar e Belchior – deveriam ter um ar omanita, o que significa desde leste-africano, paquistanês ou sul da europa (já vi uns quantos sósias) ou qualquer mistura. Não sei de onde terá vindo o Gaspar com o ouro, mas sinto-me tentado a falar do ministro das finanças…
Recentemente o papa, para além de ter tirado a vaca e o burro do estábulo, disse que os reis magos teriam vindo de Ocidente, mais concretamente algures sul da Ibéria – referiu Andaluzia. Bom, assim sendo os presentes certamente seriam outros. Um bolinho de alfarroba e amêndoa? Um caramielo?
Mais uma vez, wikipedia e google para lerem o que eu li.

sábado, 26 de janeiro de 2013

A herança portuguesa em Omã



Desde que soube que vinha para Mascate comecei a procurar mapas antigos portugueses desta região, ler relatos das campanhas de Afonso de Albuquerque e outras estórias de aventureiros portugueses nestas paragens. Entre elas uma passagem breve da Peregrinação em Mascate e Ormuz. E ao chegar começar a procurar os fortes, traços da arquitetura, vocábulos portugueses no árabe local, etc.
Para minha surpresa, toda essa marca portuguesa foi suplantada pela globalização… não a que nós começámos, mas a mais recente. Há presença portuguesa sim, mas não aquilo que esperávamos. Logo no primeiro dia um grande Nando’s entra pela retina adentro (os neons eram mesmo fortes catano!). O seu frango “peri-peri” – o que aconteceu ao i do piri? – lá está para agradar aos comensais. Depois vou ao supermercado e lá está o pãozinho português, ainda por cima mal escrito e, assim como o peri-peri, de português já parece ter pouco. É verdade que a globalização que nós começámos era muitas vezes brutal, mas pelo menos a herança era claramente portuguesa, séculos depois. A atual parece efémera e desvirtuada. Fica prometido um ou mais posts sobre a verdadeira herança portuguesa. Não prometo um post sobre o Nando’s.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Números


Todos conhecem a numeração árabe. É a que utilizamos todos os dias. E vos disser que não é essa a numeração que utilizam em Omã e em muitos países árabes? Chamamos árabe à numeração que usamos porque foi introduzida na Europa pelos árabes do Norte de África durante a idade média. No entanto ela tem origem nos matemáticos Hindus e foi sendo adoptada por maior parte dos impérios da altura. Curiosamente na Europa usava-se uma numeração ainda mais estranha, que não a Romana. O outro sistema que se vê em Omã, e deixa o estrangeiro incauto a zeros (hahaha) é o sistema arábico ou sistema árabe de Leste. Os locais, na verdade, chamam-lhe números indianos (embora os destes sejam ainda outros). Teve provavelmente origem também na Índia. Não tem nada a ver com o nosso e é até enganador. O 0, 1 e 9 são reconhecíveis, mas por exemplo o 6 parece um 7 e o 4 parece um 3 invertido. Não bastante, a lógica como se dispõem, para números superiores a 10 não é a mesma, apesar de até agora só tenha visto dezenas e centenas que parecem seguir a mesma lógica que a nossa numeração.

Vi também que há quem defenda a mesma origem gráfica para os dois sistemas. Se rodarem o 2 e o 3 arábicos 90º obtêm algo semelhante ao 2 e 3 “árabes”. O zero explica-se pela diferença de tamanho. Os restantes algarismos é que são mais complicados de explicar… A mesma teoria defende que este e outros sistemas são simplificações gráficas de posições das mãos, usadas para expressar números entre comerciantes que não falavam a mesma língua. Soa bem, mas é o tipo de coisas que desaparece nas areias do tempo… (esta é para ti Luís ;) )
Para saber mais google it e vejam a wikipedia que foi o que eu fiz.

É pra encher faxavor

O depósito do carro claro está. Não sendo um dos países do médio oriente com mais petróleo, ele existe em abundância e como tal os seus produtos refinados são baratos. Muito. Neste momento o Ryal está a cerca de 2.1€. Portanto 6.5 Ryals a dividir por 54.174 litros dá tal e depois a multiplicar por… ora… dá… parafraseando um antigo primeiro ministro, é fazer as contas! Gasolina e gasóleo são entre 5 e 6 vezes mais baratas que em Portugal. Deve ser por isso que não há transportes públicos, zero. Os carros são em geral grandes mas ainda não conseguiram chegar à monstruosidade do Texas. As pessoas também não chegam à monstruosidade do Texas, a comida é bem mais saudável de modo que a maior parte das pessoas tem um ar são.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Legalize it

Não, não é o que estão a pensar. Sou mesmo eu que estou legalizado. Já tenho o cartão de residente. Há que tirar o chapéu. Não deve haver muitos países no mundo onde uma semana depois de se chegar se possa estar legalizado. Com a ajuda logística preciosa da empresa, é verdade, mas ainda assim notável.
Assim como na chegada ao aeroporto havia um batalhão de indianos e outros asiáticos no edifício a fazer o mesmo que eu. Embora aqui os trabalhadores qualificados já equilibravam um pouco a balança em relação aos não qualificados. Tudo é eletrónico e aparentemente organizado. Fotos digitais, impressões digitais digitais (vivam as figuras de estilo induzidas pela tecnologia) e até o pagamento tem de ser feito com cartão. No entanto, como estamos num país árabe (ou de grande influência, porque este pessoal é um melting pot genético fantástico) tudo tem uma pitada de sal. Ou de harissa ou o que for que usam por aqui. Há filas, muitas, para as várias fases do processo, mas em algumas não há senhas e a ordem de atendimento não está definida. No meio disto tudo toda a gente pode andar a passear por lá, ninguém respeita as várias áreas. Há pessoal que nos vai ajudando a ir passando para a fila certa, mas depois encontra não sei quem e afinal não é esta fila, pode ir já para a outra e o catano de modo que algumas vezes tive de decidir se seguia o tipo com o meu passaporte ou o tipo com o meu cartão de débito.
Está feito. Foto bem feia, não estava à espera dela e de repente já está… Daqui 2 anos lá estarei outra vez.


Alentejo em Omã II



Para matar um pouco das saudades, eis outra bela sopa alentejana. Desta vez os ingredientes são mais universais e não foi difícil encontrá-los. Ainda tenho de descobrir o que significa “abóbora vermelha indiana”. Espero que não signifique previamente condimentada…
A sopa de feijão frade com abóbora é uma variação da que se encontra nas receitas de feijão frade que normalmente leva cenoura e não abóbora. A salsa/coentros são opcionais. Quanto a mim a versão que aprendi é bem mais saborosa. Vamos então chamá-la sopa de feijão frade com abóbora à moda do meu pai :D. O pão junta-se torrado ou mesmo frito no fundo do prato (são as sopas no Alentejo). Simples, saudável e óptima!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O boss


Entrada para o Palácio do Sultão em Mascate velha
 O nome completo de Omã é Sultanado de Omã. E no passado recente foi Sultanado de Mascate e Omã. Até aos anos 50, o Sultão, pai do actual, intitulava-se Sultão de Mascate e Oman. A longa designação devia-se a facto de o controlo da zona costeira de Mascate e para Sul na zona de Dhofar estar sobre o controlo do Sultão, mas o interior montanhoso e desertico – designado por Omã – era na verdade controlado por um Imã através de uma rede de chefes tribais beduinos. Nesses tempos o Imã representava uma autoridade religiosa, mas também política e foram várias as tentativas de autodeterminação. A situação era confusa visto que nem as fronteiras no chamado empty quarter (zona desertica entre os EAU, Arábia Saudita e Oman) estavam definidas. Ainda hoje não estão entre os EAU e Arábia Saudita. Este último tinha pretensões sobre esse território, mesmo antes das descobertas de hidrocarbonetos, quer por controlo directo, quer através da influência do Imã. Numa marcha épica através do interior de Omã, de Salalah até Mascate, com ajuda militar britanica, o Sultão conquistou, ou, na maioria dos casos, negociou a subjugação das várias regiões e chefes tribais. Terminou assim a divisão de poderes e o Sultão passou a reinar a partir de Mascate todo o território Omanita, aumentando ainda mais as suas pocessões no empty quarter e na zona de Ormuz. Poucos anos mais tarde, em partes desse território agora Omanita foram feitas grandes descobertas de hidrocarbonetos.

Apesar da crescente riqueza resultante destas descobertas o País continuava a ser um pedaço de idade média numa região que vivia um boom económico e em grande medida também civilizacional. Foi só com o actual Sultão, apartir dos anos 70, que as receitas do petróleo e gás começaram a ser efectivamente usadas na modernização do País. Foram não só construidas infra-estruturas mas também erradicadas várias doenças endémicas, a população foi alfabetizada – o que incluiu desde cedo o inglês – em todas as regiões do País, mesmo as mais remotas. Este desenvolvimento tardio permitiu também que alguns erros cometidos em países vizinhos não fossem repetidos. O resultado é hoje um País funcional, com boas infrastuturas coerentemente dimensionadas, que não abandonou as suas tradições nem entrou em devaneios opulentos.
O iate do Sultão no porto de Mutrah
Ainda assim tem um Sultão e como tal há palácios e alguns luxos reservados a soberanos desse calibre, como seja o mega-iate bem no meio do porto de Mutrah e o palácio do Sultão na velha Mascate (para além de muitos outros espaços reservados ao Sultão e família). Outros há que põem estátuas ou imagens de si mesmos para os subordinados verem, um mega-iate até não é mau de todo.
Para saberem mais sobre o Sultão e seu País vejam a Wikipedia e leiam “Sultan in Oman” de Jan Morris (foi daí que veio a informação para este texto).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Os mercados e o souk

Os guias eram elogiosos em relação ao souk e outros mercados de Mutrah, a zona portuária da grande Mascate. Devo confessar que para o Souk ia com a ideia dos de Marrocos, imensos, cheios de gente, cheios de tudo o que se faz de bom na região. Sei que a mirra é um dos produtos tradicionais da zona – já um dos reis magos o levou ao menino Jesus – mas não é certamente o único. O Souk tem, casa sim casa não, uma loja de mirra e outros perfumes. De resto são lojas de roupa indiana e paquistanesa, algumas lojas de prata, ouro e bijuterias – muito bonitas por sinal – poucas lojas de especiarias e frutos secos, esses também um dos exlibris gastronómicos desta região. Vale a pena a visita, mas não é Marrakesh nem Fez.
O mercado do peixe merecia uma beautificação (sim, passou a ser uma palavra desde que chegaram os emigrantes dos Estates). Tudo tem aspecto de ter sido pescado nesse dia e vendido por quem o pescou. São esteiras no chão ou numa bancazita baixa e literalmente “catch of the day”, uns têm 3 atuns, outros uma vintena do que parecem ser sardinhas, dois espadartes pequenos e por aí adiante. Já imagino chegar com um alguidar de sardinhas a um barbecue de anglosaxões e transformar a festa em algo mais português e cheio de Omega3… acho que é 6, mas não rimava.

O Alentejo em Omã

Já as tinha visto a crescer por entre as pedras da calçada. E num pensamento gastronómico irreflectido pensado mesmo em arrancar umas do chão, ignorando a sujidade. Felizmente esperei até ir ao supermercado – o que os locais usam – e lá estavam elas: beldroegas! Para quem é do Algarve baldroegas. Para quem é de Lagos beldregas. Não sei como as cozinham, estavam no meio das ervas frescas como a menta, salsa e outras coisas desconhecidas. Sei que depois de as ter encontrado o meu objectivo passou a ser encontrar os ingredientes para a sopa das ditas. Ignorando os legumes com ar de cruzamento entre courgete e cabaça, pepinos raivosos e bolinhas vermelhas espinhosas, lá encontrei as batatas e os alhos. Para os queijos é que tive de me aventurar e encontrar o mais parecido com um queijo curado de cabra e outro de ovelha. Espero que os Sírios percebam da coisa porque foi o mais parecido que encontrei. Ovos já os tinha em casa. Pão alentejano é que continua a ser um exclusivo alentejano, com umas incursões na margem Sul.
A cereja em cima do bolo – ou melhor neste contexto – a azeitona em cima do ensopado, foi encontrar algo muito parecido a bolos folhados. Só quem já os comeu na zona de Reguengos perceberá, não são aqueles caracóis melosos que vendem nos cafés. Estes, para ser como os alentejanos só falta um ingrediente que não abunda por aqui: banha de porco. Sim, aquela gordura nojenta (e nestas bandas ímpia) dá o gostinho especial destes bolos.
À vossa!

Obrigado Ronaldo


Se em Portugal as capacidades sociais são importantes no mundo do trabalho, em Omã são essenciais. Um “olá, tenho aqui este papel para o cartão de residente” não é muito bem recebido. Até podem tratar das coisas, mas com uma cara de pau de meter inveja ao Eanes e sem qualquer informação adicional ao ponto de pensar se o papel alguma vez sairá daquela secretária. Às vezes apetece voltar atrás e dizer “Olá, bom dia, como está? Sou o Gil. Como se chama? Cheguei há dois dias e estou a gostar muito do país. É muito bem vindo. Obrigado, estou muito contente por aqui estar. De onde vem? De Portugal. Ahh. Sabe, o meu filho acompanha a liga espanhola. Acha que o Ronaldo vai sair do Real Madrid? Pois, ele tem estado a falar nisso. Dizem que o Mourinho o vai levar para o PSG. Mas só deve sair no fim da época. E porque é que o Mourinho não treina a seleção Nacional? Deviam ter ganho à Espanha. Os espanhóis já conhecem o Ronaldo e não o deixaram fazer nada. Pois é, foi um jogo renhido. Aquele tiki taka é muito irritante mas funciona. Bom, tem aí os documentos para o cartão de residente? Isto deve estar pronto para a semana e entramos em contacto consigo quando for buscar o cartão à policia. Tem de esperar um bocado para tirar as fotografias e as impressões digitais mas sai de lá com o cartão. Tem de pagar com cartão de débito. Ok, muito obrigado, é uma grande ajuda. Pois é eu também prefiro a bola para a frente ao estilo inglês…”
5 minutos de conversa depois e está tudo tratado com toda a informação e dicas úteis. E claro, sorrisos de ambas as partes!

Os primeiros dias

Já com casa e carro provisórios da empresa tenho o essencial para a vida em Omã. Depois foi a conta no banco, muitíssima papelada dentro e fora da empresa. É chato, mas como um dos expats lembrou, um processo de legalização para um estrangeiro na Europa demora para cima de 4 meses (em Portugal podem ser muitos anos) e aqui ao fim de 1 mês podemos ter tudo tratado. Ainda por cima com uma empresa que ajuda.

A chegada

Saindo do ultra-moderno ultra novo rico Dubai, chega-se a Mascate e entrámos noutro mundo. O terceiro. A chegada é feita por um salão de controlo de passaportes onde trabalhadores não qualificados asiáticos se amontoam na linha para os vistos de trabalho, outra linha para os demais estrangeiros em turismo e outros amontoados indefinidos de pessoas que parecem esperar perto de um dos guichets. Eu fui um dos afortunados que já tinha visto de entrada. Apesar disso, o meu passaporte e visto passaram por 3 ou 4 mãos antes de conseguir sair dali e andar de um lado para o outro para não os perder de vista.
Percebe-se que a segregação também existe, mas não tão drástica – há muitos omanitas a trabalhar em balcões de atendimento de lojas de todos os tipos, a guiar taxis, etc.
E o terceiro mundo, para já, parece restrito ao aeroporto. Do que vi é moderno, mas não opulento, funcional e especialmente agradável.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Quase lá

A caminho de Mascate, com paragem madrugadeira no Dubai. Tudo igual a qualquer outro aeroporto do mundo Ocidental, mas com 2 diferenças: não há lojas baratuchas (sim, ainda há umas lojas low cost para padrões de aeroporto, excepto aqui) e claro, o chamamento matinal para a reza em alto e bom som.
Se é verdade que a maioria da população do Dubai é estrangeira, no aeroporto parece ser a totalidade. Até agora só uma senhora policia e mais duas com abaya. Suponho que os locais não se misturem com a ralé - e escrevo do business lounge - quando é mais cómodo apanhar o próprio avião. Esta é a primeira divisão populacional (usando um termo simpático). A segunda é que a maioria dos passageiros são ocidentais e que a totalidade dos empregados são asiáticos. Espero uma visão mais igualitária no Sultanado...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Packing day

Packing day... I guess when your home is nearly empty there's no turning back and departure becomes pretty real and just around the corner. With most of the furniture gone, the flat is back to its spartan existance... well modern spartan, I mean, not most recent Sparta, no wait, this is not a joke about Greece, dam, you know what I mean.

A confirmação

Em Janeiro aqui vou eu para Mascate