sábado, 4 de janeiro de 2014

A herança portuguesa em Omã IV

Já tinha indagado sobre vocábulos de origem portuguesa que tivessem ficado no árabe que se fala em Omã ou pelo menos em Mascate. Procura infrutífera até agora. Sempre que encontrava uma palavra em comum era influência árabe no português e certamente via Magrebe. Apenas o edifício Graiza em Mascate antiga que se refere à antiga igreja e convento portugueses que existiam no local. Além disso apenas o Ryal, a moeda do Sultanado, originalmente o Real português, em tempos moeda de troca por esse Índico fora.
Uma vista das varandas do bait al baranda
Em Mutrah, antiga Matara para os portugueses, tinha reparado num museu chamado bait al baranda. Veio logo a piada fácil que devia ser por ter varandas. Depois de o visitar e googlar a palavra descobri que não é piada. Parece que varanda ou a variante veranda existe no português e no espanhol desde pelo menos o século XV e não existe similar em árabe. Só em persa existe baramada e não se refere ao mesmo conceito. O edifício não é português, foi construído mais de um século depois da expulsão dos portugueses destas paragens. Originalmente não o tinha, mas ficou, depois de ficar na alçada do ministério do turismo, com o nome usado popularmente em Matara devido às suas varandas. Fica a sugestão de que Omã foi colonizado por pessoal do Norte carago! Sobre o museu tem uma exposição sobre a história de Omã, desde os dinossauros até aos dias de hoje, com muitos saltos. Há uma sala com dois esqueletos de dinossauro muito apertados, outra com a colisão dos continentes (e a formação do ofiólito de Omã) passando depois para a pré história e história mais recente. Um pouco de espaço ainda para os trajes e instrumentos musicais tradicionais do país. Apesar da exposição desgarrada vale a pena a visita.
Sobre a palavra, um site interessante aqui

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