Entrada para o Palácio do Sultão em Mascate velha |
O nome completo de Omã é Sultanado de Omã. E no passado
recente foi Sultanado de Mascate e Omã. Até aos anos 50, o Sultão, pai do
actual, intitulava-se Sultão de Mascate e Oman. A longa designação devia-se a
facto de o controlo da zona costeira de Mascate e para Sul na zona de Dhofar
estar sobre o controlo do Sultão, mas o interior montanhoso e desertico –
designado por Omã – era na verdade controlado por um Imã através de uma rede de
chefes tribais beduinos. Nesses tempos o Imã representava uma autoridade
religiosa, mas também política e foram várias as tentativas de
autodeterminação. A situação era confusa visto que nem as fronteiras no chamado
empty quarter (zona desertica entre os EAU, Arábia Saudita e Oman) estavam
definidas. Ainda hoje não estão entre os EAU e Arábia Saudita. Este último
tinha pretensões sobre esse território, mesmo antes das descobertas de
hidrocarbonetos, quer por controlo directo, quer através da influência do Imã.
Numa marcha épica através do interior de Omã, de Salalah até Mascate, com ajuda
militar britanica, o Sultão conquistou, ou, na maioria dos casos, negociou a subjugação
das várias regiões e chefes tribais. Terminou assim a divisão de poderes e o
Sultão passou a reinar a partir de Mascate todo o território Omanita,
aumentando ainda mais as suas pocessões no empty quarter e na zona de Ormuz.
Poucos anos mais tarde, em partes desse território agora Omanita foram feitas
grandes descobertas de hidrocarbonetos.
Apesar da crescente riqueza resultante destas descobertas o
País continuava a ser um pedaço de idade média numa região que vivia um boom
económico e em grande medida também civilizacional. Foi só com o actual Sultão,
apartir dos anos 70, que as receitas do petróleo e gás começaram a ser
efectivamente usadas na modernização do País. Foram não só construidas
infra-estruturas mas também erradicadas várias doenças endémicas, a população
foi alfabetizada – o que incluiu desde cedo o inglês – em todas as regiões do
País, mesmo as mais remotas. Este desenvolvimento tardio permitiu também que
alguns erros cometidos em países vizinhos não fossem repetidos. O resultado é
hoje um País funcional, com boas infrastuturas coerentemente dimensionadas, que
não abandonou as suas tradições nem entrou em devaneios opulentos.
O iate do Sultão no porto de Mutrah |
Ainda assim tem um Sultão e como tal há palácios e alguns
luxos reservados a soberanos desse calibre, como seja o mega-iate bem no meio
do porto de Mutrah e o palácio do Sultão na velha Mascate (para além de muitos
outros espaços reservados ao Sultão e família). Outros há que põem estátuas ou
imagens de si mesmos para os subordinados verem, um mega-iate até não é mau de
todo.
Para saberem mais sobre o Sultão e seu País vejam a
Wikipedia e leiam “Sultan in Oman” de Jan Morris (foi daí que veio a informação
para este texto).
Que grande aventura Gil! Obrigada por nos ires pondo a par, vou ser seguidora assídua!
ResponderEliminarBeijinhos!